Há uma expressão que passei a detestar durante a eleição presidencial de 2024 entre Donald Trump e Kamala Harris: “Ele (ou ela) entendeu a missão”.
Como muitas frases populares, no início fazia sentido, mas com o tempo foi repetida à exaustão, distorcida e esvaziada de significado. (Na maioria das vezes, nas redes sociais, parecia indicar apenas apoio a Harris.)
Agora, quero resgatar essa expressão para falar de Heart Eyes, uma comédia de terror — e uma comédia screwball de terror, para ser mais exato — que, mesmo não sendo uma obra-prima, cumpre muito bem sua proposta de entretenimento.
Este é um filme que realmente entende a missão.
Qual é a história de Heart Eyes?
O diretor Josh Rubin criou uma trama simples, como toda boa história de terror deve ser: há dois anos, um serial killer conhecido como Heart Eyes Killer (ou simplesmente HEK) vem assassinando casais — exclusivamente casais — no Dia dos Namorados. O criminoso age em cidades diferentes a cada ano. Em 2024, os assassinatos acontecem em Seattle.
Já sabemos disso desde a primeira cena do filme, que abre com um assassinato sangrento de um casal insuportável em pleno pedido de casamento em uma vinícola. (O filme quer que torçamos pelo assassino?) Se não for por outra razão, pelo menos o crime mostra um uso bastante criativo de uma prensa de vinho.
Seattle também é o lar de Ally (Olivia Holt), uma publicitária sobrecarregada. No meio do caos de uma cafeteria lotada, ela esbarra — literalmente — em um rapaz charmoso chamado Jay (Mason Gooding). Sua cabeça está a mil porque sua nova campanha publicitária para uma marca de anéis de noivado foi um desastre. O slogan? “Até que a morte nos separe”. E as imagens de casais icônicos escolhidos para a campanha? Romeu e Julieta.
No exato momento em que um assassino de casais aterroriza a cidade, sua chefe lunática (Michaela Watkins) aponta o óbvio: a campanha foi um erro catastrófico. Ally acha que será demitida, mas, para sua surpresa, sua chefe chama um consultor para salvar a situação. E quem aparece? Jay, que, aparentemente, é um gênio do marketing freelancer.
Um jantar romântico na pior noite possível
Jay sugere um jantar em um bom restaurante para discutir ideias. Uma decisão questionável, já que é a única noite do ano em que casais correm um risco ainda maior de serem assassinados. Mas, como eles não são um casal, acham que estão seguros.
Nesse momento, suas personalidades são solidificadas: Ally está cínica em relação ao amor e ainda não superou o ex, a quem persegue nas redes sociais. Jay, por outro lado, é um romântico incurável. E qual você acha que será o desfecho dessa história?